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“Sacred”.
Personally an idea that I associate with no image, no place, no personification or objectification.
Reason that made me look inside and figure out a way to transmit a sensation that a sacred experience provokes on me. I need a transparent and light material, to be able to talk about the sensation of being floating, of beeing outside the body for an instance, to resist gravity, be suspended in time, to be over the regular problems of daily life.
It reminded me of my body floating on salty water. I’ve collected some crystal salt at a saline in the north of Brazil (Galinhos, Rio Grande do Norte), at home I have immersed those crystals in a water recipient and have been observing it as far.
During that experience, observing the air bubbles that rhythmically and instantaneously came to surface (and the evaporation process that is still ongoing) I realised the beauty of that dance, that suspension, that levitation, the little pleasure moment of beeing conscious of those three layer coexisting in front of me. Observing those small manifestations of life allow us to think of the hugeness of universe and beauty of time. And surely, for me, time is our preciousness, time is our gift, time is sacred.

“A zone of silence and of pure possibilities for a new beginning”
Otto Piene

| Da maneira que compreendo, o sagrado não ter cor, cheiro, forma, espaço nem (claro) imagem.
Falar do sagrado, então, só poderia se dar se me questionando eu tentasse criar alguma imagem metafórica sobre a experiência do sagrado. Ou a experiência que cada um pode considerar sagrada. E qual seria?

Para mim, se aproxima a uma sensação de tempo em suspensão. Levitação, sublimação. Como se por um momento nos livrássemos de questões quotidianas, do peso dos nossos corpos, para experienciar nossa consciência de mundo de outra forma.

Escolhi trabalhar com cristais de sal (colhidos durante o carnaval de 2014 na salina de Galinhos-RN) e água para pensar o tema: na água com sal nosso corpo vence a gravidade, fica leve, bóia.

Ao mergulhar sal na água observei uma reação linda de micro borbulhas de ar que subiam rapidamente à superfície, que aos poucos criaram uma camada e que a cada dia se transformava. A interação entre os estados sólido, líquido e gasoso e a vastidão de camadas de imagens (entre luz, ar, sal, água) me levavam do pequeno pote de vidro a uma paisagem gigantesca. Ao mesmo tempo criavam justamente a imagem que era meu ponto de partida: suspensão, levitação, sublimação.

Com o passar do tempo, as bolhas diminuíam sua velocidade, o ritmo foi se reconfigurando e ao dentro de 4 meses toda água evaporou e o sal cobriu toda a parte do recipiente de vidro, ultrapassando sua face interna.

Criei um vídeos e uma proposta de instalação com as imagens que fui cuidadosamente captando e em junho de 2014 que apresentei juntamente a uma série de fotos. Posteriormente o trabalho cresceu, busquei novos materiais e experimentei transformá-los. Passei a tirar bolhas de ar de materiais sintéticos e uma série nova chamada "suspensão", "sublime" e “suspiro” nasceu dessa maneira de manipular o plexiglass e prata, derivas através das quais busco traduzir ainda essa experiência. Trabalho em constante andamento.

*trabalho iniciado em 2014 derivação do tema "Sagrado" proposto em curso de Mirla Fernandes (fev.-jun.2014)

*trabalho derivou, parte dele foi exposto no "yayoi kusama inspira" em maio de 2014, no hall do Instituto Tomie Ohtake - loja IT.